Essa frase já está até meio batida porque você já ouviu isso de alguém que dança. Mas no meu caso não consigo dizer de outra forma.
Comecei a fazer aula sem pretensão alguma, sem saber se conseguiria fazer os passos, dançar sozinha e nunca imaginei que me tornaria professora. Havia muitos conflitos em mim e o principal estava relacionado a minha auto estima. Poucas pessoas sabem, mas sofri muito com isso quando criança e adolescente, e apesar de ter me tornado uma mulher aparentemente resolvida, "bonita", quando me olhava no espelho eu ainda exergava a antiga Paula, aquela de óculos fundo de garrafa, gordinha, feinha e cheia de inseguranças. A dança me fez encarar muitos desafios, encarar a mim mesma, enfrentar o espelho, o julgamento, a crítica e até mesmo aceitar os aplausos e me obrigou a procurar uma nova versão de mim mesma. Me fez enxergar que eu não era o que as pessoas achavam ou falavam.
Eu poderia ser o que eu quisesse ser! Depois de muitos questionamentos, entendo que o fato de ter começado a ensinar foi um presente da vida, me manteve na dança, estudando, dando continuidade a minha cura.
Hoje estou passando por um novo momento de descobertas através da dança. Outros sabores e novas curas. Se eu pudesse te dar um conselho seria esse: dance! Pode ser que você não precise de cura, pode ser que sua auto estima seja super elevada, mas eu acredito que ela sempre irá te acrescentar muito além de passos e coreografias.
Eu tenho 35 anos, desses são 19 anos em movimento. E eu não consigo me imaginar não fazendo o que faço, por mim e pelas mulheres que me procuram. Apesar de todas as dificuldades, todos os contratempos do dia a dia, permanecerei nela, com ela, porque ainda tenho muito para transformar, me curar e ser cura. . . .
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